terça-feira, 22 de maio de 2012

Comprar, jogar fora, comprar: A história da obsolescência programada (2010)


O documentário The Light Bulb Conspiracy (A conspiração da lâmpada) de Cosima Dannoritzer 2011, com o título em português de Comprar, jogar fora, comprar: A história da obsolescência programada evidencia a prática da obsolescência programada (ou planejada) como o motor da sociedade de consumo, onde desde os anos de 1920 fabricantes começaram a diminuir a vida útil dos produtos para aumentar as vendas.
Para nosso espanto, logo nas primeiras cenas é contada a história de uma lâmpada incandescente que funciona ininterruptamente desde 1901 (111 anos). No entanto, o documentário revela que em 1924 formou-se o primeiro cartel do mundo, visando o controle na fabricação de lâmpadas, com o objetivo de que estas se tornassem menos duráveis, para que as pessoas não deixassem de consumir periodicamente. Com certeza, Thomas A. Edison não poderia imaginar, em 1881 quando pôs a venda sua primeira lâmpada, que seu invento científico seria alvo, a partir do surgimento do cartel Phoebus, de uma limitação técnica intencional, para que sua vida útil fosse de apenas 1000 horas.
O documentário dá alguns exemplos da obsolescência programada, utilizada, para diminuir a vida útil de impressoras da marca Epson, que, por exemplo, quando chega a uma determinada quantidade de páginas impressas, deixa de imprimir. Outro exemplo é a Dupont que descobriu uma fibra sintética revolucionária o nylon, no entanto, teve que tornar o material menos resistente e duradouro, para que continuasse havendo consumo.  Além do caso das primeiras linhas do iPod, cuja bateria tinha a programação para durar aproximadamente 18 meses, incentivando a compra de outro aparelho por um novo.
O filme ainda mostra que a obsolescência programada surge quase ao mesmo tempo em que a produção em massa e a sociedade de consumo. Esse padrão iniciou-se desde a revolução industrial onde saiam das maquinas produtos mais baratos, portanto mais acessíveis, no entanto pouco duráveis.
É nos Estados Unidos, nos anos de 1950 que a obsolescência programada, atinge um aspecto mais ideológico quando pessoas, incentivadas pelo crescente design industrial e marketing, começam a sentir necessidade de ter algo mais moderno, mais novo e melhor que um bem de consumo que ainda não se encontrava danificado. O desejo de consumo impulsiona a comprar algo apenas para satisfação e não por necessidade, design e marketing incentivavam esse consumo, tornando essa a base da sociedade de consumo atual.
Essa lógica levou a um crescimento da economia, no entanto, sem um objetivo crescimento por crescimento, ou seja, a sociedade do crescimento, que está pautada em mecanismos como a publicidade, a obsolescência programada e o crédito. Percebemos que esta sociedade não é e nem pode ser sustentável, pois, baseia-se em uma contradição fulcral, a do nosso planeta ser limitado.
O filme ainda cita o exemplo da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que não possuidoras de um livre mercado, tipicamente capitalista, investiam na durabilidade de seus produtos industriais. A lógica era outra, ou seja, a obsolescência planejada só é possível em países capitalistas.
Essa obsolescência programada provoca, além do aumento da exploração dos recursos naturais e energéticos, no fluxo contínuo e aumentado da produção de lixo tecnológico. A maior parte desses resíduos de países europeus e da América do norte, com o pressuposto de ser material de segunda mão (na verdade são materiais fora de funcionamento) é enviado a países pobres, aumentando consideravelmente a quantidade de lixo nesses países, destruindo ecossistemas, antes intactos e servindo de meio de subsistência para pessoas em risco social, que vivem desses restos tecnológicos, em busca de metais para serem vendidos.
O documentário cita a preocupação de algumas empresas, que já se destacam por utilizarem uma nova proposta de engenharia, onde se questiona a obsolescência programada como obsoleta, se reapropriando das ideias de produzirem bens mais duráveis. Inclusive é dado o exemplo da fabricante de lâmpadas Philips, que produz lâmpadas de led mais econômicas e duráveis, do ponto de vista ecológico, no entanto, fica a dúvida, se essa empresa não faz dessa nova produção, apenas mais um bom negócio.
Provavelmente, a solução para a sociedade de consumo de crescimento está longe de apenas, pequenas adaptações ditas mais ecológicas e sustentáveis, como muitas empresas tem proposto, e sim numa mudança mais radical ao invés de um crescimento um decrescimento, uma verdadeira mudança de lógica, reduzindo o consumo e a produção, aumentando apenas o sentido de nossas próprias existências.

Fonte: http://eacritica.wordpress.com/2012/03/18/comprar-jogar-fora-comprar-a-historia-da-obsolescencia-programada/

terça-feira, 1 de maio de 2012


Especial do SBT: Produtos são fabricados para durar ou para quebrar? 




A reportagem especial do Jornal do SBT mostra a durabilidade dos produtos, que por mais que sejam multifuncionais tem um período de duração reduzido. Por exemplo, quando surgiram as lâmpadas duravam cerca de 2.500 horas, mas atualmente elas ficam acesas no máximo 1.000 horas.

A frase, "não se fazem mais produtos como antigamente", pode ser verdade, pois eletrodomésticos e eletrônicos feitos a partir do pós-guerra - década de 1950 - são feitos para estimular o consumo.


Fonte: http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/?c=19063&t=Especial:+Produtos+sao+fabricados+para+durar+ou+para+quebrar?