O Decrescimento by Educar em Diálogo
Já pouca diferença se encontra nas mudanças governativas. Na última,
embora a "oxigenação" fosse necessária, foi com a mesma desconfiança
que “os” vi assumir funções. Mais do mesmo, pensava. Mais crise menos
crise mas tudo como dantes.
Mas parece que há algo de novo no panorama do status quo
nacional. Será que alguém percebeu que não é possível continuar como
quase todos querem na assembleia da república e fora dela? E estar
disposto a perder eleições em nome da verdade, do realismo, e pelo país,
é uma visão (só conversa?) diferente da habitual, de que lixar é o que
menos importa, excepto para a espuma dos dias e do consumismo
comunicacional ?
Decrescimento é uma palavra que não só é utópica mas também tabu, entre
nós. Era a isto que se referia PP Coelho quando falava de
“empobrecimento” ? É preciso explicar.
Mas o caminho não é certamente como continua a reivindicar a chamada
esquerda: É preciso é crescer. Mas, em primeiro lugar, não diz como e,
em segundo lugar, para quê ? Podemos antecipar com uma pergunta o que
costuma acontecer: para consumir mais e gastar mais?
A oposição têm dois slogans “crescer” e ”mais tempo”. Que intelligentzia !
O primeiro está completamente fora da realidade ecológica, económica,
social, política e o segundo é a procrastinação do costume: alguém há-de
pagar.
João César das Neves falou da questão com Medina Carreira em “Olhos nos
olhos”. Todos querem crescer: a Alemanha, a Espanha, a França, a
Grécia, a Itália … mas como? (Sobre)produzindo mais o quê? E à custa de
quê ?
E, se isto da economia global funciona como um sistema, para um ter superavit, alguém tem que ter défice.
Além disso, sabemos que o crescimento não é ilimitado ("the finite pie").
Serge Latouche
propõe “uma sociedade do decrescimento e descreve como se deveria
realizar essa transição nas sociedades consumistas, evitando, deste
modo, uma catástrofe ecológica e humana, pois os recursos do planeta não
são inesgotáveis. Para Serge Latouche, o decrescimento é uma 'utopia
concreta': não podemos continuar a perseguir infinitamente o
crescimento, a economia e o progresso económico, quando o nosso planeta
se encontra em declínio – é preciso um modelo alternativo, uma filosofia
e um modo de vida gradual e serenamente decrescente.”
Daniel Bessa, no Expresso/Economia, de 11-8-2012, "Um resultado
fantástico", diz que "este excesso de absorção interno provocou um
endividamento externo muito elevado (os 2 milhões de euros por hora, em
cada uma das 24 horas dos 365 dias do ano... ) que, por insustentável, é
uma das razões que explica o período de dificuldades por que estamos a
passar".
Não sei o que se passou em Quarteira, mas parece que esta é a questão do crescimento.
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